Sem previsão de quando estará em Belo Horizonte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem terceirizando esforços para a campanha do deputado federal Rogério Correia (PT) com a presença de seus ministros na capital mineira. Até o momento, Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Marina Silva (Meio Ambiente) e Marcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) já participaram de agendas junto do candidato petista.
Até o momento, não há previsão, no Planalto, de visita do próprio Lula à capital mineira. Enquanto isso, Rogério Correia vem pressionando a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para que se chegue a um consenso. Inicialmente, sua equipe pleiteava o próximo sábado (14), o que não sairá do papel.
Enquanto a campanha tem apenas a presença remota do maior expoente petista, membros do primeiro escalão têm se envolvido nos compromissos do candidato. Nesta segunda-feira, Correia participou de uma visita à Cozinha Popular Pátria Livre, junto a Paulo Teixeira.
Segundo o deputado, os dois conversaram sobre os planos para a cidade e traçaram um plano robusto para abastecer as cozinhas solidárias e acabar com a fome em Belo Horizonte em 2025, caso Correia seja eleito.
A agenda com Teixeira se soma ao encontro de duas semanas atrás com Wellington Dias durante agenda do Ministério Público de Minas Gerais, pelos 15 anos dos centros de apoio às Promotorias. Marina e Macêdo, por sua vez, estiveram em agendas partidárias da federação PT-PV-PCdoB, em apoio a Rogério Correia.
Na próxima semana, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, participará de um ato em defesa do Sistema Único de Saúde, o SUS, ao lado do candidato. A reunião ocorre no dia 18, véspera do aniversário de 34 anos da lei que regulamentou o sistema.
Ao GLOBO, Rogério Correia ressaltou já ter recebido vídeos de Camilo Santana (Educação) e revelou a expectativa de recebê-lo, também, em BH. Sobre Lula, garante que terá o chefe do Executivo ao seu lado ainda no primeiro turno.
— Vamos ver a data em que o presidente virá e vincular as políticas nacionais com os programas nossos. No ponto de vista dos ministros, estamos muito bem servidos. Nós somos a candidatura que realmente tem vínculo com o governo federal — resume Rogério Correia.
Nesta segunda-feira, com a indicação da deputada estadual Macaé Evaristo (PT) ao Ministério dos Direitos Humanos, Correia ganhou mais uma aliada na base ministerial. A parlamentar vinha ajudando sua campanha, nos bastidores, e participou de uma inserção na televisão justamente nesta terça-feira, um dia após seu nome ser confirmado para o governo federal.
— Tem que ter coragem para colocar o professor no lugar certo: o lugar da valorização. O educador vive no dia a dia o acúmulo de trabalho e a falta de diálogo, mas nós vamos mudar isso — diz Evaristo.
Nos bastidores, articuladores especulam motivos que expliquem a demora da ida do presidente Lula a Belo Horizonte. Na semana passada, ele esteve em Minas Gerais para cumprir agenda em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, mas não passou pela capital.
Pesa contra Rogério Correia a divisão da base no município. Além do petista, a deputada federal Duda Salabert (PDT) e o prefeito Fuad Noman (PSD) também integram partidos com cargos no primeiro escalão. O PSD de Fuad chegou a cobrar, durante a pré-campanha, o apoio de Lula à reeleição.
Segundo o último Datafolha divulgado em Belo Horizonte, o cenário neste campo é embolado, o que poderia contribuir para uma ida de Lula ao município apenas no segundo turno. Rogério tem 8% das intenções de voto e está empatado tecnicamente com outros quatro candidatos, incluindo Duda e o prefeito. A pedetista tem 12%, enquanto o postulante do PSD, 14%. Quem lidera a corrida é o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos).
