16/09/2024 às 13h51min - Atualizada em 16/09/2024 às 13h51min
Em BH, Rogério Correia compara Duda Salabert a Ciro Gomes: 'Deveria respeitar o campo de Lula'
À rádio Itatiaia, candidato do PT falou sobre 'ego' de adversária; crítica ocorre em meio à cabo de guerra entre os políticos pelos votos da esquerda nas eleições municipais da capital mineira
- Luísa Marzullo — Rio de Janeiro
Os deputados federais Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT) — Foto: Vinicius Loures e Zeca Ribeiro (fotos de divulgação) O deputado federal Rogério Correia (PT) comparou no último sábado Duda Salabert (PDT) ao ex-ministro e candidato à Presidência em 2022 Ciro Gomes. Em entrevista à rádio Itatiaia, o petista criticou o "ego" de sua adversária, que disputa com ele os votos da esquerda na capital mineira.
Associação a cocaína e imaturidade: empatados em pesquisa, candidatos de direita em Fortaleza ampliam ataques
'Usaram minha cadeira para agredir o outro', diz candidata do Novo sobre ataque de Datena a Marçal
Talvez a Duda tenha mesmo o ego maior que devia e na política isto é ruim. Despreza partidos e movimentos organizados e tenta se impor sozinha acima de qualquer construção coletiva. No campo progressista isto não se cria. Ao invés de factoides contra minha candidatura, deveria respeitar o PT, PSOL, PV, PCdoB, REDE, PCB e o campo do presidente Lula. Afinal o antipetismo levou Ciro Gomes ao completo isolamento — disse Rogério Correia.
A declaração do petista ocorre em meio a um cabo de guerra entre ele e Duda para uma união antes do primeiro turno. Ambos convidam o outro para desistir de concorrer ao pleito e migrar para o seu palanque. Nenhum tem intenção de ceder.
Na manhã desta sexta-feira, Rogério Correia disse que pedetista seria bem-vinda em sua chapa. Ao GLOBO, sua candidata a vice, Bella Gonçalves (PSOL) reforçou a proposta.
Temos que entender que o processo eleitoral esse ano é um processo do embate grande com a extrema-direita e precisamos estar em permanente diálogo para que se unifique. Nunca é tarde para uma união em primeiro turno. Caminhar sozinho e caminhar isolado nunca é uma boa alternativa e para a cidade pode ser desastroso — afirmou Bella.
O argumento de "andar sozinho" citado pela psolista faz menção à chapa puro-sangue montada por Duda, que não conseguiu angariar apoios de outros partidos fora do PDT. Neste contexto, a ausência de forças políticas ao seu lado seria o motivo que a tornaria mais suscetível à desistência, na visão dos petistas.
Temos uma conformação muito maior de partidos e forças, não se trata de uma decisão individual. Vários partidos se unificaram e precisamos ver se o PDT tem interesse de se unir a gente — pontuou.
Duda Salabert, por sua vez, negou qualquer possibilidade de desistir de concorrer as eleições e citou suas intenções de voto, nas pesquisas para construir sua argumentação. Na última Quaest, ela aparece à frente de Rogério na amostra, com 11% das intenções de voto. O petista tem 5%.
Queremos a união do campo progressista nas urnas já no primeiro turno, e as pesquisas dizem que a nossa campanha é a única que pode chegar ao segundo turno. Então convido mais uma vez ao PT e ao PSOL. Já temos o apoio de boa parte dos candidatos a vereador da coligação PT, PSOL e Rede. Tenho certeza de que essa união levará o campo progressista para o segundo turno.
Uma tentativa de união entre o PT e o PDT nas eleições de Belo Horizonte é estudada desde o ano passado e foi tema de diversas reuniões entre os candidatos, mas nunca houve consenso.
De um lado, o petista representa a sigla do presidente Lula (PT), que já não lançou nomes próprios em outras capitais do Sudeste, como Rio e São Paulo. Do outro, o PDT colocou sob a mesa a representatividade da candidatura de Duda, que é a primeira mulher transexual a concorrer ao Executivo municipal de uma capital.