16/09/2024 às 13h26min - Atualizada em 16/09/2024 às 13h26min

Inadimplência cai em Belo Horizonte pelo terceiro mês consecutivo; veja os motivos

Apesar da queda no cadastro de inadimplentes, o valor médio devido segue em nível preocupante na Capital

- diariodocomercio.com.br
Crédito: Adobe Stock

O cadastro de inadimplentes em Belo Horizonte recuou 1,81% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado. De acordo com o levantamento realizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), essa é a terceira queda consecutiva no indicador.

O estudo ainda aponta que o crescimento econômico do País, a estabilidade do mercado de trabalho, as políticas de renegociação de dívidas e o controle inflacionário foram os principais fatores responsáveis por essa redução.

O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, destaca que todos esses fatores contribuíram para o aumento da renda dos trabalhadores.

 

“Isso fez com que eles pagassem seus débitos e deixassem o cadastro de negativados. É um dado positivo, pois há uma recuperação de crédito das famílias, e isso mostra que a nossa cidade tem respondido bem aos acontecimentos do País”, explica.


Por outro lado, conforme a pesquisa, o valor devido pelos belo-horizontinos ainda é motivo de preocupação. No mês de agosto deste ano, o valor médio das contas com pagamentos em atraso foi de R$ 5.008,44. Considerando que a média do número de contratos inadimplentes é dois por pessoa, isso significa que o montante médio devido por pessoa pode ser de R$ 10.016,88.
 

“Este valor é considerável e nos mostra que a maioria dos inadimplentes, por falta de planejamento financeiro, retorna ao cadastro de negativados por não saber usar de forma correta o crédito recuperado”, aponta Souza e Silva.


De acordo com dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), do total de negativações em julho, 85,22% foram de devedores reincidentes, que já estavam no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.

Considerando o universo de devedores reincidentes, 23,48% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. 

O indicador também revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 72,6 dias, ou seja: depois de 2,4 meses, em média, de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.

Inadimplência entre mulheres e idosos
O levantamento realizado pela CDL/BH também destaca o fato de que a inadimplência é mais recorrente entre as mulheres e os idosos na capital mineira. No caso do público feminino, isso está relacionado à desigualdade de rendimentos, uma vez que elas recebem cerca de 33% a menos que os homens, mesmo ocupando funções semelhantes.

Em agosto deste ano, as mulheres ocuparam 47,28% do cadastro de inadimplentes e os homens, 43,76%. Já o valor médio devido foi maior entre os homens, com R$ 5.313,46 contra R$ 4.914,10 devidos pelas mulheres.

Já em relação aos idosos, o principal motivo para esse cenário é que muitos deles são “arrimo de família”, além de possuir gastos elevados com saúde, dificuldade de acesso ao crédito e renda reduzida pela aposentadoria.

As pessoas com idade entre 50 e 64 anos representam 23,11% do cadastro de negativados. Outros destaques foram os grupos com 30 anos, e 40 a 49 anos, que respondem por 22,76% e 22,4%, respectivamente, no total de inadimplentes.

Em seguida aparecem:

65 a 84 anos (14,21%);
25 a 29 anos (9,87%);
18 a 24 anos (4,32%);
85 a 94 anos (2,26%);
e acima de 95 anos (0,85%).
O valor médio devido é mais elevado entre as pessoas com 25 a 39 anos de idade, com dívidas de R$ 5.540,11. O público com faixa etária entre 40 a 64 anos apresentaou valor médio de R$ 5.202,04 em dívidas. Na sequência, aparecem as pessoas com 18 a 24 anos (R$ 3.794,98) e aqueles com idade superior a 65 anos (R$ 2.579,96).

A economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, explica que as mulheres e os idosos possuem muitas responsabilidades financeiras e, ao mesmo tempo, sofrem com fragilidades econômicas. “Por isso, se tornam frequentes no cadastro de inadimplentes e têm dificuldades de mudar esse cenário”, conclui.

Formas de evitar a inadimplência
Souza e Silva alerta que para evitar tanto a inadimplência quanto os juros altos é preciso realizar uma mudança na maneira como as pessoas se relacionam com o dinheiro.

 

“O consumidor deve analisar de forma consciente e crítica seus gastos, ponderar cortes e saber que o velho hábito de gastar tudo o que ganha é o caminho mais curto para acumular dívidas”, informa.


Já Ana Paula Bastos destaca que a falta de planejamento financeiro pode ser o estopim para uma crise financeira.
 

“A maioria das pessoas ainda não aprendeu a se relacionar de forma saudável e consciente com o dinheiro. Ao realizar compras, especialmente as parceladas, é preciso avaliar a incidência de juros, impacto do valor das parcelas no orçamento e prazo de pagamento ”, aconselha.  


A economista da CDL/BH ainda dá algumas dicas que podem ajudar a programar a vida financeira e fugir das dívidas, como:

visualize os gastos e ganhos;
crie um orçamento financeiro;
renegocie as dívidas;
tenha muita atenção aos juros;
estabeleça objetivos;
crie uma reserva de emergência;
invista a renda extra.


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