10/07/2024 às 11h27min - Atualizada em 10/07/2024 às 11h27min

Insegurança econômica paralisa setor de material de construção

Primeiro semestre amarga queda de 7% no faturamento

Juliana Sodré - diariodocomercio.com.br

As incertezas da economia brasileira estão afetando negativamente o setor de material de construção. Constatação dos representantes do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Material de Construção, Tintas, Ferragens e Maquinismos de Belo Horizonte e Região (Sindimaco) e da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac), que estimam uma retração de 7% no faturamento no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com o presidente do Sindimaco, Julio Gomes Ferreira, o mercado de material de construção está frio e a insegurança econômica e de mercado são muito grandes. “Os fatores que regem a economia estão deixando a desejar e com isso as empresas não enxergam uma mudança desse quadro a curto prazo, a insegurança é muito grande e as expectativas para o segundo semestre não são boas”, diz.

Júlio Gomes Ferreira
Ferreira explica que as empresas do segmento estão reduzindo os preços, mas o faturamento recua | Crédito: Lucas Peroni / Fecomércio mg
Ele conta que, para suportar o momento, o comércio reduz os preços na tentativa de alavancar os negócios. “Mas isso acaba afetando o faturamento nominal”, diz. Mesmo com a estiagem do período, o que favorece a realização de obras, o presidente do sindicato afirma que a sazonalidade não está sendo suficiente para estimular os negócios. “O mercado está tão frio que nem o período de seca contribuiu para a melhoria das vendas. O mercado não está dando sinais de recuperação”, afirmou.

Na visão de Ferreira, o governo não está controlando as despesas públicas, o que aumenta a incerteza e o desestímulo ao consumo. “A solução independe do setor comercial, depende do governo. A gente até tem visto eles tentando mudar as expectativas, como o recuo do dólar, a melhora do índice Ibovespa, as declarações do ministro da Fazenda sobre corte de despesas, mas tudo ainda de forma muito discreta”, afirmou.

Setor de material de construção em compasso de espera
Wagner Mattos, diretor da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac), afirma que o início do ano foi “custoso”, e as empresas estão “em compasso de espera”. ”Os entraves na economia como um todo acabam postergando as compras, traz aumento de preço e a queda no consumo reflete em todos os setores”, afirma.

De acordo com Mattos, historicamente o segundo semestre é melhor que o primeiro e, sendo assim, ele espera um desempenho melhor, mas não tão significativo. Na visão do empresário, fortalecer o segmento é crucial para a melhora da qualidade de vida das pessoas. “Nosso setor traz paz social e trabalha com realizações pessoais. Somos importantes para a mitigação do desemprego e a melhora da qualidade de vida”, destaca.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://portalg7.com.br/.