15/07/2024 às 15h06min - Atualizada em 15/07/2024 às 15h06min

Vale busca sinal verde para projeto de mineração de US$ 1,3 bi em Minas Gerais

Segunda maior produtora espera obter uma licença de instalação no início de 2028

- bahia.ba/economia
Reprodução: Redes sociais

A Vale (VALE3) tenta aumentar sua produção de minério de ferro, reavivando os esforços para desenvolver uma mina controversa em uma região montanhosa de Minas Gerais, conhecida por abrigar florestas exuberantes e vida selvagem ameaçada de extinção, de acordo com informações do portal Bloomberg Línea.

A segunda maior produtora de minério de ferro do mundo aguarda a resposta das autoridades ambientais após a realização de audiências públicas no final de maio para seu projeto Apolo, que ficou parado por anos.

Os esforços renovados da Vale para retomar seu plano de US$ 1,3 bilhão já impulsionaram uma campanha nas redes sociais por parte de moradores locais e ambientalistas para impedir o desenvolvimento, localizado em uma área rica em biodiversidade próxima a um parque nacional.

Único novo plano de mineração da Vale para o estado de Minas Gerais, o projeto Apolo é visto como fundamental para recompor a capacidade de minério de ferro da empresa na região. A mineradora pretende produzir 14 milhões de toneladas da matéria-prima siderúrgica por ano em Apolo.

A Vale espera obter uma licença de instalação no início de 2028 e iniciar as operações cerca de dois anos depois.

A pressão da Vale e a resistência local são outro exemplo do conflito entre as empresas de recursos naturais, comunidades locais e meio ambiente, no qual interesses opostos desencadeiam tensões que podem repercutir até os níveis de governo mais altos.

Empresas de mineração que vão desde gigantes como Rio Tinto e Barrick Gold até desenvolvedores como a Northern Dynasty e Gabriel Resources viram seus projetos serem adiados ou cancelados devido a preocupações ambientais.

A empresa tem veiculado anúncios na televisão e na internet para mostrar às pessoas como os minerais são essenciais na vida cotidiana. Apesar disso, a oposição da comunidade é forte.

Eles temem que as operações também ameacem o abastecimento de água de Belo Horizonte. O minério de ferro age como uma esponja, armazenando milhões de litros de água que alimentarão rios e nascentes ao longo de décadas, de acordo com Daniel Neri, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, especializado em impactos da mineração.

“A Serra do Gandarela é a caixa d’água natural para socorrer Belo Horizonte se houver uma crise hídrica. Temos uma escolha a fazer: preservar a água ou enviar minério de ferro para a China”, disse Neri em uma entrevista.

O Apolo inclui uma mina, uma usina de tratamento de minérios, pilhas de estéril, e um ramal ferroviário de 8 quilômetros para ligar a mina ao Porto de Tubarão.

Há três anos a Vale fez alterações no projeto para atender parte das preocupações locais, incluindo a eliminação do uso de uma barragem de rejeitos.

A empresa usará as tecnologias mais modernas para controlar a estabilidade e as emissões de poeira das pilhas de estéril de rocha que se acumularão gradualmente ao longo dos 29 anos de vida útil da mina, disse o diretor de licenciamento ambiental da Vale, Lauro Amorim, em uma entrevista.


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