O TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é um transtorno neurobiológico composto por três características básicas: a dificuldade de atenção, a hiperatividade e a impulsividade. A condição aparece na infância e pode acompanhar o indivíduo por toda a vida.
Ademais, o TDAH pode contribuir para baixa autoestima, relacionamentos problemáticos e dificuldade na escola ou no trabalho. O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade tem uma forte influência genética, o que significa que há uma tendência para que ele seja transmitido de pais para filhos.
Pesquisas indicam ser provável que o TDAH envolva anomalias dos neurotransmissores (substâncias que transmitem impulsos nervosos no cérebro).
Como diagnosticar
O diagnóstico correto de TDAH só pode ser realizado por um profissional devidamente habilitado, uma vez que muitos desses sintomas podem estar associados a outros transtornos. Vale destacar que não há exames específicos, como ressonância ou eletroencefalograma, para a detecção do transtorno, sendo o diagnóstico inteiramente clínico.
Para identificar corretamente o TDAH, o profissional (que pode ser, por exemplo, um psiquiatra, neurologista ou pediatra) irá analisar os sintomas do paciente, sua duração, frequência, intensidade e persistência. O profissional irá avaliar, ainda, os prejuízos decorrentes desses sintomas para a vida do paciente. Apenas após essas análises, o diagnóstico pode ser fechado.
Causas do TDAH
As causas do TDAH são diversas e podem ser resultados de uma combinação entre fatores ambientais, biológicos, sociais e genéticos. Segundo a Associação Brasileira do Deficit de Atenção, estudos já relacionaram o TDAH com causas hereditárias, entre outros fatores, como:
baixo peso ao nascer (menos de 1500g);
infecção cerebral;
traumatismo craniano;
exposição a chumbo;
exposição a álcool, cigarro ou outras drogas durante a gestação;
eventos traumáticos na infância, como violência, negligência ou abuso;
consumo exacerbado de alimentos açucarados.
Sintomas do TDAH
De acordo com a Associação Brasileira do Deficit de Atenção, há dois tipos de sintomas mais comuns que aparecem em pessoas com TDAH:
Desatenção
Hiperatividade-impulsividade
Na infância, a desatenção característica do TDAH causa uma série de dificuldades quando o assunto é a assimilação do conteúdo escolar. A criança apresenta dificuldade de atentar-se a detalhes; seguir instruções; finalizar atividades, sendo essas cotidianas ou escolares; e envolver-se em atividades que requerem grande esforço mental.
Nos adultos, os problemas do TDAH também aparecem. Estima-se que cerca de 60% das crianças e adolescentes que apresentaram esse transtorno na infância continuaram com alguns sintomas na vida adulta.
Em vista disso, indivíduos com esse problema são desatentos com suas atividades normais, como o trabalho, por exemplo, e apresentam dificuldade de determinar prioridades para o que deve ser feito. Nesse sentido, esquecem as atividades diárias, mudam de assunto, distraem-se durante conversas, alternam as tarefas e mudam de foco com outros estímulos.
Comumente, indivíduos com TDAH interrompem seus trabalhos dando início a outros, sem conseguirem finalizar o que já haviam começado sentindo-se, muitas vezes, sobrecarregados. A inquietação nesses pacientes tende a ser mais branda do que aquela observada na fase infantil.
O sintoma de impulsividade pode ser observado também facilmente nas crianças. O paciente com TDAH, geralmente, responde sem pensar e apresenta dificuldade em esperar sua vez nas atividades.
Como é feito o tratamento
Segundo a Associação Brasileira do Deficit de Atenção (ABDA), O Tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador. A medicação, na maioria dos casos, faz parte do tratamento.
A psicoterapia que é indicada para o tratamento do TDAH chama-se Terapia Cognitivo Comportamental, que no Brasil é uma atribuição exclusiva de psicólogos. Não existe até o momento nenhuma evidência científica de que outras formas de psicoterapia auxiliem nos sintomas de TDAH.
Além disso, o tratamento com fonoaudiólogo está recomendado em casos específicos onde existem, simultaneamente, Transtorno de Leitura (Dislexia) ou Transtorno da Expressão Escrita (Disortografia). O TDAH não é um problema de aprendizado, como a Dislexia e a Disortografia, mas as dificuldades em manter a atenção, a desorganização e a inquietude atrapalham bastante o rendimento dos estudos.
Alternativas que auxiliam o tratamento
É necessário que os profissionais da educação conheçam técnicas que auxiliem os alunos com TDAH a ter melhor desempenho escolar (obs: A ABDA oferece cursos anuais para professores). Em alguns casos é necessário ensinar ao aluno técnicas específicas para minimizar as suas dificuldades.
Outra forma que pode auxiliar no tratamento a pacientes com TDAH é evitar ou reduzir o consumo de alimentos processados e ultraprocessados, como sucos açucarados, chocolates, bolos, tortas, outros tipos de doces e o fontes de farinha branca, como o pão e o macarrão. Estes alimentos são compostos por carboidratos simples e, desse modo, são digeridos e processados em glicose de maneira rápida. Sendo assim, podem dar mais energia, deixando-o ansioso e, em contrapartida, com déficit de atenção.
Perigos em não tratar o TDAH
É também importante dizer que o não tratamento pode trazer consequências graves para a vida do indivíduo. De acordo com a Associação Brasileira do Deficit de Atenção “[...] há inúmeras pesquisas mostrando que o TDAH está associado ao fracasso acadêmico, abandono escolar, acidentes de trânsito, uso de drogas e álcool, divórcio, entre outras situações negativas na vida adulta”;
Portanto se você tem o Transtorno ou tenha um familiar com TDAH, não deixe de buscar o tratamento multidisciplinar especializado.