05/09/2024 às 13h23min - Atualizada em 05/09/2024 às 13h23min

Ar de BH está cerca de 10 vezes mais poluído que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde

Monitoramento internacional mostra que qualidade do ar em Belo Horizonte está em grau considerado potencialmente nocivo à saúde desde a noite da última segunda (2) e deve permanecer assim até sábado (7). Uma névoa de fumaça cobre a cidade esta semana.

- Rodrigo Salgado, g1 Minas
Foto Divulgação

O ar de Belo Horizonte está cerca de 10 vezes mais poluído que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mostra o monitoramento da empresa suíça IQAir. A situação deve continuar assim pelo menos até o próximo sábado (7).

A IQAir monitora a qualidade do ar em várias cidades do mundo por satélite.
O estudo mede a concentração de partículas poluentes no ar.
Essas partículas são oriundas de várias fontes, como queimas de combustíveis, queimadas e incêndios florestais.
Em períodos de seca, há maior inserção de poluentes na camada baixa da atmosfera.
Quando inaladas, essas partículas, de nome PM2.5 ou MP2.5, podem chegar aos pulmões e até na corrente sanguínea, sendo potenciais causadores de doenças.

Os dados mostram que a concentração dessas partículas no ar de Belo Horizonte está variando entre 35,9 e 58,8µg/m³ desde a manhã de segunda-feira (4). O recomendado pela OMS é que a concentração fique entre 5 e 15µg/m³.

O período mais crítico foi entre 1h e 5h da manhã de quarta-feira (4) e entre 0h e 1h desta quinta (5), quando a situação estava insalubre para todos os grupos, segundo o monitoramento.

Nos demais dias e horários, os grupos sensíveis eram os mais afetados, como crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios.

"Embora a gente não tenha transparência e informações o suficiente para quantificar detalhadamente a qualidade do ar (em Belo Horizonte e Minas Gerais), podemos perceber esses sintomas visualmente: efeitos na saúde, olhos ardendo, dificuldade de respirar. A recomendação é evitar exercícios ao ar livre, manter as janelas fechadas e, principalmente, se hidratar", recomendou Taciana Albuquerque, doutora em Ciências Atmosféricas e coordenadora dos Estudos de Qualidade do Ar da UFMG.

Fumaça encobre BH pelo terceiro dia seguido

Monitoramento local
O monitoramento local da qualidade do ar é feito pela Núcleo de Monitoramento da Qualidade do Ar e Emissões da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, coletados em estações localizadas na PUC Barreiro e PUC São Gabriel.

Neste caso, o governo analisa, entre outros aspectos, a concentração do chamado PM10 — que não penetra no organismo tão profundamente quanto a PM2.5, mas que também pode causar problemas respiratórios.

Os dados da Feam não trazem a concentração atmosférica de PM10, mas classificam a qualidade do ar em uma escala de 0 a 200. Quanto maior o número, maior a quantidade de partículas e pior a qualidade do ar.

Ao longo de terça-feira (3), o levantamento concluiu que a qualidade do ar variou entre ruim e muito ruim, ficando entre 119 e 149 na escala. Na quarta-feira (4), entre 123 e 136.

"A legislação nacional [sobre a qualidade do ar] é mais flexível que o padrão internacional. Os países não devem adotar os parâmetros da OMS sem políticas para melhora da qualidade do ar. Os padrões têm níveis que podem ser atualizados e, no Brasil, foi instituída uma nova resolução que, em 2025, vamos para um padrão mais restritivo", completou Albuquerque.


Baixa umidade, altas temperaturas
Nesta quarta-feira (4), a temperatura chegou a 34,8° C na estação de medição da Pampulha e a 33,9° C na Cidade Administrativa, com umidade relativa do ar em 13%.

Para esta quinta-feira (5), a previsão é de termômetros entre 18° C e 35° C e a umidade relativa do ar pode chegar a 10%. Na sexta (6), a temperatura fica entre 19° C e 34°C e a umidade relativa do ar mínima de 20%.


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