04/09/2024 às 12h24min - Atualizada em 04/09/2024 às 12h24min

Festival Acessa chega em BH nesta quinta com programação acessível

De 5 a 29 de setembro, festival promove apresentações de teatro, dança, músicas e cinema com recursos de acessibilidade

Laura Maria - O TEMPO
Show LivreMente acontece às escuras Foto: Ana Clara Miranda/divulgação

Ao longo de 25 dias, haverá apresentações das mais diversas, do teatro à dança, passando pela música e pelas artes visuais. A programação conta ainda com performances, residência artística, rodas de conversa, intervenções urbanas e oficinas.

Idealizadora e curadora do festival, Laís Vitral conta que, mais que um festival, o Acessa é um movimento de busca ao “fomento da cultura do acesso”.

 

“Nós nos engajamos na luta anticapacitista e temos o propósito de fomentar o fazer artístico de pessoas com deficiência e mostrar que a acessibilidade é um direito e uma responsabilidade de todos. Então, além de termos o protagonismo do artista com deficiência na cena, também promovemos recursos de acessibilidade em toda a programação para que pessoas com e sem deficiência possam usufruir do mesmo espetáculo”, pontua. 


Onde o Acessa BH vai acontecer
As apresentações vão ocorrer em seis espaços de Belo Horizonte: Centro Cultural Unimed-BH Minas, Funarte MG, Palácio das Artes, Palácio da Liberdade, Sesc Palladium e Teatro Raul Belém Machado. Neles todos, haverá recursos de acessibilidade, como a permissão para transitar e permanecer nos espaços com cão-guia, a interpretação em Libras/Português, legendas descritivas nos filmes, audiodescrição e disponibilização de abafadores de ruído.

 

 “No Palácio das Artes, por exemplo, teremos um espaço de respiro, que é um cantinho de acolhimento e repouso preparado para pessoas com deficiência, inclusive as neurodivergentes”, comenta Laís.

 

A ideia, dessa forma, é ampliar os recursos de acessibilidade das manifestações artísticas, de uma ponta a outra do processo.

“Temos uma equipe para receber as pessoas nos espaços, que, por sua vez, têm rampa ou elevador e banheiros para todos. A nossa preocupação é que esses lugares sejam acessíveis também para os artistas com deficiência”, diz a idealizadora, destacando que outro objetivo do festival é inspirar iniciativas semelhantes.

 

“O Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes, por exemplo, tinha apenas um espaço para cadeirantes. Com a edição passada, a fileira da plateia frontal foi definitivamente removida e deu espaço para mais seis pessoas que usam cadeiras de rodas”, comemora. 


Em sua 4ª edição, o Acessa traz artistas do Ceará, do Paraná, do Rio de Janeiro, de Santa Catarina, de São Paulo, e, claro, de Minas Gerais. Para Laís Dutra, que viu o festival nascer pequeno virtual no meio da pandemia, apresentar artistas de outros Estados representa um marco importante para o Acessa.
 

“Tivemos uma primeira edição bem tímida, com cinco espetáculos on-line. No ano seguinte, já houve um salto na programação, com 50 atividades em formato híbrido. Em 2023, o festival passou a ser totalmente presencial e pudemos trazer artistas de fora. E, em 2024, ampliamos ainda mais a programação, com diversas linguagens, como teatro, dança, artes cênicas, performances, oficinas, bate-papo e audiovisual”, celebra.


Destaques da programação 
O Festival Acessa BH tem atração para todos os públicos e gostos. Dentre os destaques, a idealizadora e curadora do festival, Laís Vitral elenca a sessão de curtas feita essencialmente por atores surdos e a realização da residência artística “Melodia do Movimento”, produzida pelos grupos A Corda em Si, de Santa Catarina, em parceria com a Cia Dança sem Fronteiras, de São Paulo. O Acorda em Si vai fazer ainda o show LivreMente, uma apresentação musical feita na total escuridão. “O público é convidado a assistir ao show de olhos vendados”, revela Laís.

 

“Também destaco o ‘Azul’. É um espetáculo de teatros de bonecos que aborda a questão do autismo”, conta. A montagem ganhou prêmio de Melhor Espetáculo Infantil pelo 18° Prêmio APTR de Teatro de 2024. Outro espetáculo que merece atenção é o “Língua”, do Rio de Janeiro, com direção de Vinicius Arneiro. “Essa é uma montagem bilíngue, em que os atores interpretam em português e em Libras”, pontua a idealizadora. 


Laís Vitral ainda ressalta que o festival contará com 13 espetáculos inéditos em Belo Horizonte, sendo duas estreias, “Traços” e “Eu Vi uma Flor no Deserto”, além da obra “Ilíada de Homero Cantos I e XX”, com Letícia Sabatella e Daniel Dantas. Por fim, Laís evidencia a apresentação da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais com o renomado maestro e pianista João Carlos Martins. “É a primeira vez que o encontro acontecerá”, conta.

SERVIÇO
Festival Acessa BH
Quando. Desta quinta (5) a 29 de setembro, em diferentes horários.
Onde. Centro Cultural Unimed-BH Minas, Funarte MG, Palácio das Artes, Palácio da Liberdade, Sesc Palladium e Teatro Raul Belém Machado
Quanto. Gratuito e a preços populares. A programação completa está disponível em acessabh.com.br.


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