“Nós nos engajamos na luta anticapacitista e temos o propósito de fomentar o fazer artístico de pessoas com deficiência e mostrar que a acessibilidade é um direito e uma responsabilidade de todos. Então, além de termos o protagonismo do artista com deficiência na cena, também promovemos recursos de acessibilidade em toda a programação para que pessoas com e sem deficiência possam usufruir do mesmo espetáculo”, pontua.
“No Palácio das Artes, por exemplo, teremos um espaço de respiro, que é um cantinho de acolhimento e repouso preparado para pessoas com deficiência, inclusive as neurodivergentes”, comenta Laís.
“Temos uma equipe para receber as pessoas nos espaços, que, por sua vez, têm rampa ou elevador e banheiros para todos. A nossa preocupação é que esses lugares sejam acessíveis também para os artistas com deficiência”, diz a idealizadora, destacando que outro objetivo do festival é inspirar iniciativas semelhantes.
“O Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes, por exemplo, tinha apenas um espaço para cadeirantes. Com a edição passada, a fileira da plateia frontal foi definitivamente removida e deu espaço para mais seis pessoas que usam cadeiras de rodas”, comemora.
“Tivemos uma primeira edição bem tímida, com cinco espetáculos on-line. No ano seguinte, já houve um salto na programação, com 50 atividades em formato híbrido. Em 2023, o festival passou a ser totalmente presencial e pudemos trazer artistas de fora. E, em 2024, ampliamos ainda mais a programação, com diversas linguagens, como teatro, dança, artes cênicas, performances, oficinas, bate-papo e audiovisual”, celebra.
“Também destaco o ‘Azul’. É um espetáculo de teatros de bonecos que aborda a questão do autismo”, conta. A montagem ganhou prêmio de Melhor Espetáculo Infantil pelo 18° Prêmio APTR de Teatro de 2024. Outro espetáculo que merece atenção é o “Língua”, do Rio de Janeiro, com direção de Vinicius Arneiro. “Essa é uma montagem bilíngue, em que os atores interpretam em português e em Libras”, pontua a idealizadora.