Para o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, ainda estamos muito longe de uma crise setorial, apesar do aumento. “O número de pedidos é baixo e a maior parte dos proprietários rurais continuam atuando normalmente. Ainda assim, para os que precisam recuperar a estabilidade financeira, a renegociação de dívidas ou soluções como o Fiagro Reorg são formas mais amigáveis de retomar a saúde dos negócios. Além disso, movimentos preventivos como o planejamento financeiro para demandantes e o monitoramento de perfil de crédito para credores podem premeditar e evitar a busca pelo recurso”.
Dados do Agro Score da Serasa Experian, solução que entrega análises específicas para o setor e prevê o risco de inadimplência dos proprietários rurais, comprovam que o uso de modelos preditivos pode identificar perfis propensos à recuperação judicial. Dessa forma, ao aplicar esse tipo de tecnologia, os credores são capazes de tomar decisões mais seguras, evitando, indiretamente, o número de requisições do recurso que, segundo o head de agronegócio da Serasa Experian, deve ser utilizado apenas como última opção.
Essa identificação acontece porque o monitoramento de dados do Agro Score pode registrar, com vários meses de antecedência, os perfis de proprietários rurais que já mostravam sinais de instabilidade financeira. Ou seja, é uma análise que mitiga riscos da concessão de crédito.
No gráfico abaixo podemos observar o exemplo mencionado, em que o Agro Score médio da população rural PF era significativamente maior do que o dos que solicitaram recuperação judicial mesmo três anos antes do pedido. Além disso, também se pode observar como a curvatura de pontuação do modelo preditivo segue caindo mesmo antes da solicitação. Veja:
Ainda no primeiro trimestre de 2024 foi no centro-oeste o maior acumulado de recuperações judiciais. Isso porque o Estado do Mato Grosso, que liderou o ranking, registrou 53 pedidos. Além disso, em Goiás, foram 16 solicitações. Confira no gráfico abaixo os dados na íntegra:
De acordo com os dados inéditos da Serasa Experian, os proprietários rurais de pequeno porte foram os que menos precisaram de recuperação judicial no primeiro trimestre deste ano. Para eles, o total foi de apenas 21 solicitações. Por outro lado, aqueles que não possuem propriedades no campo – considerados arrendatários de terras e grupos econômicos ou familiares relacionados ao setor – registraram a maior quantidade, de 39 requisições. Em 2023, também nos três primeiros meses do ano, esse comportamento se repetia: pequenos proprietários demandaram menos, enquanto os sem propriedade, mais. Outro destaque foi a parcela de médio porte, que saiu de zero solicitações para 22 no comparativo por trimestre. Veja as informações completas no gráfico a seguir:
O levantamento inédito feito exclusivamente pela Serasa Experian foi construído a partir das estatísticas de processos de recuperação judicial no Agronegócio registradas mensalmente na base de dados da companhia e provenientes dos tribunais de justiça de todos os Estados. Estão contemplados nesse levantamento proprietários e produtores rurais de todos os portes que atuam como pessoas físicas. Nesse caso, os perfis de pessoas físicas (PF) podem requerer recuperação judicial de acordo com a Lei 14.112 de 24/12/2020.
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VIVIANE NEVES GARCIA TORRE
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