"A coleta nacional é feita de forma padronizada, em um instrumento cuja finalidade é financeira -remunerar os hospitais pelos seus serviços prestados, sem juízo de valor em relação aos procedimentos realizados", diz Zanatta.
"Mesmo que os dados [da nova lei] sejam agregados depois e divulgados na totalidade pela Secretaria de Saúde, os hospitais os coletariam de forma individual. A mulher e a equipe médica passariam por constrangimentos e correriam o risco de ter o seu direito à privacidade violado na análise quantitativa."
"O risco recai mais uma vez sobre as pobres e negras. É a população com maior necessidade e vulnerabilidade e que não tem acesso assegurado e em tempo oportuno para o abortamento seguro e legal previsto em lei, e que muitas vezes morrem por este motivo", afirma Lansky, que chegou a cumprir mandato como vereadora do PT no início da atual legislatura.
"Como o médico vai ser exposto a algo que já aconteceu? Não há uma possibilidade de acontecer isso. Essa é só uma tentativa de talvez denegrir o projeto. Se não tem nada errado, está tudo dentro da lei, por que há esse temor?", questiona a vereadora.