'Jardineira da floresta': zoológico de BH terá bate-papo no Dia Mundial da Anta

Somente no Brasil o nome do animal é usado para se referir a alguém burro; na verdade, trata-se de um bicho extremanente inteligente — Foto: Suziane Brugnara / PBH

No próximo sábado (27 de abril) será celebrado o Dia Mundial da Anta, data que tem o objetivo de destacar a importância da conservação dessa espécie, que é considerada a "jardineira da floresta", cumprindo um papel crucial na preservação dos biomas onde habita. E, para celebrar a data, o Jardim Zoológico de Belo Horizonte está preparando atividades educativas para quem estiver no local no dia. 

Com o intuito de aumentar a conscientização sobre as diferentes espécies de antas em todo o planeta, o zoo da capital promoverá o evento "Encontro com a Anta", que ocorrerá em frente ao recinto misto, na Praça Nacional, das 10h às 13h de sábado.

Rízzia Botelho, bióloga e educadora da Gerência de Educação Ambiental da Fundação, explica que é somente no Brasil que o nome “anta” é equivocadamente usado para se referir a pessoas consideradas com pouca inteligência, ou que cometem algum ato estúpido.

“Em datas como esta, promover um bate-papo com o público é uma oportunidade não apenas para caracterizar a espécie, mas, também, de apresentar a história de vida dos animais que estão sob os cuidados do Zoológico de BH. Além disso, é muito importante esclarecer para as pessoas que esse animal não tem nada de estúpido. Aliás, ele é dócil e muito inteligente! A mãe, por exemplo, ensina o filhote a identificar quais plantas são alimento e aquelas que fazem mal à saúde. Ele também aprende a se proteger e a distinguir quais cheiros e sons são sinais de perigo”, destaca a bióloga.

Atualmente, o Zoológico abriga quatro indivíduos desta espécie, com um deles em exposição no recinto misto na Praça Nacional, onde será realizado o bate-papo.

Saiba mais sobre as antas
Conhecida por ser o maior mamífero terrestre nativo do Brasil, uma anta pode atingir até dois metros de comprimento, um metro de altura e 300 kg. Com focinho em forma de tromba móvel e uma crina curta, o olfato delas é altamente desenvolvido, enquanto a visão e audição deixam a desejar. Com quatro dedos nas patas dianteiras e três nas patas traseiras, as antas podem viver mais de 30 anos sob cuidados humanos e cerca de 22 anos na natureza.

As antas são conhecidas como "jardineiras da floresta", desempenhando um papel vital na regeneração florestal, ao espalhar sementes através de sua dieta rica em frutos e seu deslocamento diário. Além disso, é considerada uma espécie guarda-chuva, dependendo de vastas áreas preservadas para sua sobrevivência, o que consequentemente protege outras espécies que compartilham seu habitat.

As principais ameaças enfrentadas pelas antas incluem a perda de habitat e a caça. No entanto, outras ameaças como atropelamentos, contaminação por agrotóxicos e conflitos armados também impactam negativamente sua conservação. O ciclo reprodutivo longo e a baixa taxa de reprodução tornam esses animais particularmente vulneráveis a essas pressões.