É possível diminuir o colesterol de forma simples e natural, vem comigo e entenda!

A hipercolesterolemia, ou seja, o colesterol alto, é um problema de saúde pública responsável pela morte de 17 milhões de pessoas em todo o mundo, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ainda, 40% da população brasileira sofre de doenças causadas pelo elevado nível de LDL, conhecido popularmente como colesterol ruim. Refere-se a uma complicação séria, que acarreta diversos riscos para a saúde, como por exemplo, as patologias que comprometem a saúde do coração. 

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 300 mil pessoas morrem por ano no país em consequência das doenças cardiovasculares, como derrame e infarto. É importante mencionar que 57% dessas mortes poderiam ter sido evitadas, se houvesse um tratamento adequado da hipercolesterolemia - dados que foram compilados durante estudo do InterHeart, após uma investigação  dos principais fatores de risco para infarto do miocárdio agudo na América Latina. 

 

Infelizmente, os índices de colesterol alto na corrente sanguínea, não ocorre apenas na vida adulta, já que cada vez mais, o problema vem atingindo as crianças. A Sociedade Brasileira de Cardiologia afirma que 20% das crianças e adolescentes possuem níveis elevados de colesterol ruim, o LDL, e isso ocorre devido à má alimentação e obesidade. 

 

Além disso, fatores genéticos também podem ocasionar a hipercolesterolemia em crianças, pois jovens com parentes de primeiro grau que apresentam a complicação são mais propensos a desenvolver o problema. Inclusive, há casos raros que, mesmo antes do nascimento, o bebê já tenha o colesterol alto, seja pelo fato de a mãe estar obesa ou se alimentar de forma inadequada. 

 

Colesterol ruim x colesterol bom: o LDL é o vilão e o HDL é o mocinho?

 

Antes de falar o que é LDL e HDL,  vamos abordar sobre o colesterol. Trata-se de um esteroide produzido pelo fígado e intestino, e que também podemos obtê-lo por meio da alimentação. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, o colesterol é de suma importância para diversas funções biológicas do organismo, como compor as membranas celulares, participar na produção da bile, da vitamina D, do cortisol e dos hormônios sexuais, como progesterona, testosterona e estrogênio.

 

Por se referir a um tipo de gordura, o colesterol não é solúvel em água. Com isso, para que seja transportado na corrente sanguínea, ele precisa do auxílio de lipoproteínas que exercem a função de transportadoras. E é aí que você vai saber sobre o LDL e o HDL, as lipoproteínas mais conhecidas. Veja só:

 

- LDL - em síntese, o LDL (low density lipoprotein) ou lipoproteína de baixa densidade é responsável por transportar o colesterol do fígado e intestino para as glândulas suprarrenais, testículos e ovários, no intuito de produzir os hormônios esteroides. O LDL também o transporta para as membranas celulares. Essa lipoproteína, quando se encontra em excesso, geralmente devido ao alto consumo de gorduras saturadas e trans, causa o entupimento das artérias, originando doenças coronárias. Por esse motivo, ele ganhou o status de malvado.

 

- HDL - o HDL (high density lipoprotein) ou lipoproteína de alta densidade, faz o caminho reverso do LDL. Isso significa que ela “varre” o excesso de colesterol dos tecidos e o transporta para o fígado, no intuito que seja degradado e excretado. Por fazer essa limpeza, o HDL é conhecido como colesterol bom e ele ainda possui propriedades antioxidantes, antiinflamatórias e antiagregante plaquetário, sendo um grande amigo do nosso corpo.

 

Como saber se estou com os valores ideais de LDL e HDL?

 

Para saber se seus níveis de colesterol estão OK no organismo, é necessário fazer um exame conhecido como Lipidograma (exame de perfil lipídico), que possui a finalidade de avaliar os níveis de gordura presentes no sangue. Para realizar o exame, é necessário estar entre 8h a 12h em jejum. De acordo com a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, os resultados considerados normais, são:

 

- HDL (colesterol bom) - maior que 60 mg/dL;

- LDL (colesterol ruim) - entre 100 mg/dL a 129 mg/dL;

- Colesterol Total - menos que 200 mg/dL.

 

ATENÇÃO - Se você tem uma alimentação rica em carnes vermelhas, frituras, fast foods, biscoito recheado, bacon, manteiga, queijos amarelos, leite integral, leite condensado (e sobremesas derivadas), salsicha, salaminho (e outros embutidos), procure seu médico ou nutricionista agora mesmo e agende o seu Lipidograma. Assim, será feita uma análise de seus resultados e, caso constar alto índice de colesterol ruim (LDL), será necessário iniciar uma reeducação alimentar e mudança de hábitos. 

 

Consequências do colesterol LDL elevado

 

Se não for prevenido ou tratado, os elevados índices do colesterol LDL, podem acarretar, principalmente, doenças cardiovasculares. Listamos algumas das enfermidades mais graves, em decorrência do problema:

 

- Aterosclerose - acúmulo de placas de gordura na parede das artérias que causa o estreitamento e endurecimento dos vasos e, até mesmo, a obstrução total. O agravamento da doença pode afetar o fluxo sanguíneo e o transporte de oxigênio e nutrientes.

 - Infarto - o ataque cardíaco ou infarto ocorre quando há a formação de coágulo, devido ao rompimento dos ateromas (placas de gordura), que levam à interrupção do fluxo sanguíneo e fazendo com que o sangue não chegue até o coração.

- Pressão Alta - em consequência ao acúmulo de gordura, há o estreitamento das artérias. Isso faz com que o coração utilize força maior que a habitual para impulsionar o sangue para que circule por todo o organismo.

 - Derrame - o AVC - acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como derrame, ocorre quando há obstrução de um vaso sanguíneo do cérebro, fazendo com que o sangue não chegue até o órgão. A escassez de sangue no cérebro pode provocar morte do tecido nervoso, paralisia de um lado do corpo, além de dificuldade para falar e se alimentar. 

- Insuficiência cardíaca - é considerada a via final das doenças cardiovasculares. A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não consegue bombear sangue o suficiente para nutrir e oxigenar os órgãos e tecidos. Assim, o fluido pode se acumular em determinadas partes do corpo, ocasionando, por exemplo, o inchaço das pernas.

    

Vale ressaltar que o colesterol alto não apresenta sintomas, o que torna a complicação mais perigosa, sendo mais urgente a necessidade de realizar o exame de sangue. Porém, as patologias decorrentes desse problema apresentam sinais como:  dor no peito, palpitações, cansaço, dor de cabeça e falta de ar.

 

Fatores de risco para a hipercolesterolemia

 

Por não possuir sintomas, conforme dito anteriormente, a hipercolesterolemia é uma complicação silenciosa. Por este motivo, a prevenção e o controle de certos hábitos podem ajudar com o não agravamento do problema. Por isso, é válido estar ciente das principais causas que levam uma pessoa a ter uma grande taxa de colesterol ruim no organismo. São elas:

 

- alimentação com alto consumo de gordura saturada,

- excesso de peso e obesidade,

- sedentarismo,

- alcoolismo,

- tabagismo,

- estresse,

- diabetes,

- histórico familiar,

- menopausa.

 

Alimentação saudável como aliada na diminuição do LDL

 

É notável que optar por uma alimentação saudável, livre de produtos industrializados e gorduras saturadas, podem ajudar a diminuir os índices de colesterol ruim. Mas, você sabia que existem alimentos poderosos, que contribuem para o aumento do colesterol bom no corpo? Como sabemos, o HDL faz aquela faxina nas artérias, ele varre o LDL e deixa espaço para que o sangue flua em seu ritmo natural para levar nutrição e oxigênio ao organismo. Então, saca só a lista dos 10 alimentos que ajudam a aumentar o HDL e bom apetite!

 

Abacate

 

Um fruto rico em fitoesterois, como o ácido oleico, o abacate é fonte de gorduras monoinsaturadas que ajudam na diminuição do colesterol ruim, pois bloqueia sua absorção na corrente sanguínea. Essa ação favorece o aumento do HDL, o colesterol amigo. E mais, o consumo de abacate também contribui com a diminuição das triglicérides. Além disso, é importante saber que o fruto é rico em vitamina E, vitamina C, ácido fólico e zinco, dando aquela guinada na imunidade!

 

Azeite extravirgem

 

O azeite é um óleo extraído da azeitona, riquíssimo em gorduras monoinsaturadas, sendo essencial para diminuir o LDL (colesterol ruim) e aumentar o HDL (colesterol bom). Além disso, o azeite é rico em antioxidantes, com a ação de combater os radicais livres, prevenir o envelhecimento das células e proporcionar diversos benefícios à saúde. 

 

Aveia

 

A aveia contém em sua composição uma fibra conhecida como beta-glucana que possui um efeito “esponja”, sendo solúvel em água. Ela consegue diminuir a absorção do colesterol pelo organismo, controla sua produção e eliminação na corrente sanguínea e também promove o aumento da excreção fecal dos ácidos biliares. Assim, contribui com a diminuição dos índices do LDL e aumento do colesterol bom, o HDL.

 

Oleaginosas

 

Alimentos como castanha-do-pará, castanha-de-caju, amêndoas e semente de girassol são ricos em lipídios mono e poliinsaturados. Desse modo, elas ajudam a elevar as taxas do nosso querido amigo, o HDL! E para melhorar ainda mais nossa saúde, as oleaginosas contém poderosos antioxidantes como vitamina E, selênio, magnésio e zinco, que ajudam a reduzir o colesterol ruim, o LDL, e contribuir com o combate aos radicais livres. 

 

Feijão

 

Quem não dispensa o bom e velho feijão, não é mesmo!? Além de saboroso, esse alimento que faz parte da mesa de muitos brasileiros, também é um aliado na redução dos índices de LDL. Isso acontece porque a leguminosa é rica em fibras, que são eficientes no controle dos níveis de colesterol. Ainda, por ter baixo índice glicêmico, o feijão é uma boa pedida para ajudar no controle da diabetes.

 

Frutas

 

As frutas, além de deliciosas, são diversas na natureza e proporcionam inúmeros benefícios à saúde! As ricas em fibras, como maçã, banana, ameixa, laranja, pera e limão, por exemplo, ajudam com o aumento do HDL no sangue e controlam os níveis de LDL. Temos também as frutas vermelhas e roxas, hummm! Morango, uva, jabuticaba, açaí, mirtilo, amora… contém um antioxidante conhecido como antocianina que possui efeitos cardioprotetor, anti-inflamatório, reduz e previne complicações como pressão alta, hipercolesterolemia, gordura no fígado, câncer, mal de Alzheimer e síndrome metabólica. Ambos os exemplos, também são ricos em vitamina C, atribuindo benefícios ao sistema imunológico.

 

Soja

    

A soja é rica no fitoesterol isoflavona, uma espécie de hormônio vegetal que possui estrutura semelhante ao estrógeno. Dessa forma, a substância ajuda a aumentar o aporte de colesterol bom e impede a formação de placas de gordura nas artérias. E para variar ainda mais o cardápio, alimentos derivados de soja como tofu e proteína texturizada, podem ser usados para substituir a carne vermelha, que é rica em gordura saturada, sendo uma boa opção para diminuir os índices de colesterol ruim no organismo.

 

Chocolate amargo

 

O cacau é rico em flavonoide, uma substância antioxidante que protege o coração, ajuda a diminuir o risco de aterosclerose e evita a oxidação das lipoproteínas. Por isso, chocolate com teor 70% cacau é uma ótima pedida para o aumento de HDL e redução do LDL. Viu que você não precisa abrir mão da sua sobremesa favorita para cuidar da saúde!?

 

Peixes

 

Peixes como salmão, bacalhau, atum, arenque e sardinha, são ricos em ômega-3, um ácido graxo que eleva a quantidade do colesterol HDL e diminui o colesterol ruim, o LDL. Assim, ele previne e diminui o risco de desenvolver doenças do coração, sendo um importante aliado do órgão para beneficiar sua saúde. 

 

Berinjela

 

A berinjela, principalmente a casca, é rica em fibras e antioxidantes que contribuem com o controle do colesterol ruim. Sua ação ainda é muito discutida pela comunidade científica, mas sabemos que seus compostos nutricionais são benéficos para a saúde. O vegetal pode ser preparado refogado, como antepasto e adicionado em sucos e vitaminas. 

 

Exercite-se!

 

Além da boa alimentação, fazer atividades físicas pode ajudar na redução do colesterol ruim. Se exercitar faz com que o corpo utilize as gorduras como fonte de energia e estimula a produção de enzimas, como a lipase, o que ajuda a reduzir o acúmulo de gorduras nos vasos sanguíneos. Isso ajuda seu coração a ficar bem forte e reduz o risco de ter doenças cardiovasculares. 

 

Praticar atividade física é mais que cuidar do corpo. Você sabia que os exercícios também são grandes remédios para a saúde da mente? Quando estamos ativos, seja correndo, pedalando, caminhando, dançando… estimulamos o corpo a liberar endorfina, um hormônio responsável por proporcionar uma sensação de prazer, felicidade e bem estar!

 

Curtiu conhecer os alimentos poderosos que ajudam no controle do colesterol? Então, continue acompanhando nossos artigos que em breve teremos mais conteúdos sobre cuidados com a saúde de forma leve, natural e amorosa, aqui no blog!

 

Até a próxima coluna e não esqueça de deixar seu comentário!

REFERÊNCIAS:
HORI, Juliana. Bioquímica (Estácio de Sá)
INTERNATIONAL JOURNAL OF MOLECULAR MEDICINE: β-glucans and cholesterol
HOSPITAL ALBERT EINSTEIN: Aterosclerose
HOSPITAL ALBERT EINSTEIN: Fator de risco: colesterol
MINISTÉRIO DA SAÚDE: Ataque cardíaco (infarto)
HERMES PARDINI: Colesterol: tudo o que você precisa saber
MUNDO EDUCAÇÃO: HDL e LDL
USP: Dissertação mestrado
VIDA E AÇÃO: Colesterol alto é responsável por 57 casos de infarto
VITAT: Lipidograma: o que é e para que serve o exame?
MED TRONIC: Insuficiência cardíaca
DANONE NUTRÍCIA: Colesterol alto: quais os riscos à saúde e como prevenir
FOLHA BV: Abacate: alimento tem benefícios contra o colesterol alto
CORAÇÃO ALERTA: Azeite ajuda a diminuir colesterol ruim
TUA SAÚDE: Berinjela no tratamento do colesterol
VIVER BEM: 10 alimentos para aumentar o colesterol bom
CUIDADOS PELA VIDA: Atividade física ajuda a reduzir colesterol