09/08/2024 às 14h41min - Atualizada em 11/08/2024 às 00h00min

Dia dos Pais: 6 executivos compartilham como equilibram a rotina entre trabalho e paternidade

Líderes contam como lidam com a pressão do trabalho ao passo que mantêm uma presença significativa na vida dos filhos

JASMYNE CALIXTO | VCRP
Imagem: Freepik

O Dia dos Pais oferece um momento oportuno para refletir sobre os desafios enfrentados por diferentes profissionais na busca por equilíbrio entre carreira e paternidade. A crescente pressão no ambiente de trabalho demanda uma dedicação intensa, e muitos pais se veem lutando para conseguir tempo de qualidade com os filhos enquanto gerenciam as responsabilidades profissionais. E, para aqueles que também atuam como empreendedores, a gestão do próprio negócio acrescenta uma camada extra de complexidade ao conciliar os dois universos.

A partir disso, reunimos seis executivos para compartilhar vivências, desafios e estratégias sobre como eles planejam agendas, ajustam rotinas e encontram maneiras de estar com os filhos, garantindo que o trabalho não prejudique a dedicação à paternidade. Confira:

Vinicius Cordoni, Fundador e Co-CEO da VCRP

"Empreendedorismo e paternidade são palavras indissociáveis da minha história. Fundei a VCRP quando minha esposa estava no sexto mês de gestação. Foram dois filhos ao mesmo tempo. Sofri um layoff e o empreendedorismo surgiu por necessidade, não era algo que estava na minha mente. Talvez se meu filho não estivesse prestes a nascer eu nem tivesse criado a empresa.

No início (2018) não foi fácil. Meu filho nasceu e no dia seguinte eu estava em uma reunião presencial para tentar angariar mais clientes. Hoje, após cinco anos, tenho outro estilo de vida em relação aos negócios e à paternidade. Graças ao trabalho remoto, tenho a oportunidade de todos os dias tomar café da manhã com ele, levá-lo e buscá-lo no colégio e ainda acompanhar de perto seu desenvolvimento nos esportes.

O Gabriel me fez mudar a visão sobre férias e hoje consigo tirar 30 dias para descansar com ele todos os anos - algo impensável no começo da VCRP. O objetivo é desconectar totalmente e viver para ele e por ele. A paternidade vai muito além da responsabilidade de criar um filho, é inspiração para ser um empreendedor muito mais responsável e focado. Não saberia como seria viver sem esses dois filhos."

Luciano Machado, CEO da MMF Projetos

"Meu desejo de ser pai surgiu aos 12 anos de idade, quando minha sobrinha mais velha nasceu. Por isso, acreditava que seria pai jovem. Ao conhecer minha esposa, contei a ela que meus principais sonhos eram casar, ter filhos e ser empresário (na época, eu era gerente em uma multinacional). Porém, tudo isso aconteceu quando eu tinha 28 anos e, como ambos temos agendas complexas, só me tornei pai aos 34.

Quando a Maria Luísa nasceu, veio junto a realização desse sonho. Por conta disso, minha rotina intensa de viagens foi adaptada e, desde então, evito ao máximo dormir fora de casa. Também passei a pegar os voos mais cedo possível e voltar o quanto antes, de preferência no mesmo dia. A Lorena nasceu quase 2 anos após a fundação da MMF Projetos, logo, já existia uma estrutura montada em minha rotina de pai, empresário e CEO, que inclui levá-las todos os dias para a escola, chegar antes do jantar para fazer a lição de casa, brincar e estudar.

O objetivo quando estou com minhas filhas é focar na qualidade do tempo que passamos juntos. Como é um momento escasso, gosto de me sentir presente, então evito computador ou celular e presto atenção total no que falam, pois aprendo muito com elas. Treino na mesma academia que fazem natação e quando pediram pra fazer aula de canto, resolvi fazer também. Agora, passamos mais esse momento juntos!"

Cesar Federmann, CEO da ENNE Engenharia de Negócios 

"Fui pai jovem, com 23 anos, e naquela época (há 40 anos) tinha muitas questões a resolver simultaneamente: minha paternidade, minha profissão, conquistar a independência financeira e isso tudo somado com muita juventude. 

Foi muita correria para conciliar tudo e cuidar da minha família com duas filhas, mesmo com um grande apoio dos meus pais e a mãe delas. O que não anula a forma como precisava conciliar meu lado pessoal com o profissional para ser presente nas duas etapas. Tive que aprender a ajustar minha carreira profissional com muita expectativa e potencial com o desejo e apreciação  de criar uma família.

O desafio foi grande, mas obtive o melhor resultado: uma linda família com duas filhas produtivas, equilibradas e sabedoras do seu papel perante a sociedade e aos negócios. Agora com a visão de continuidade do que acreditamos, tendo suas luzes próprias. Ser pai foi e é um grande barato."

Lucas Warth, CFO da Linus

"Ser pai e CFO é um equilíbrio delicado, mas profundamente gratificante. Todas as manhãs, passo um tempo valioso com meu filho antes de começar a trabalhar e faço questão de levá-lo à escola quase todos os dias. À noite, temos nosso ritual de dormir, que fortalece nosso vínculo. Brincamos juntos quando ele volta da escola, e mesmo cansado, não resisto ao seu chamado para jogar bola ou andar de bicicleta. 

Esses momentos juntos são minha maior motivação e dão sentido ao meu trabalho. Como CFO, meu propósito é criar um futuro sustentável, e ser pai reforça a importância de cada esforço para construir um mundo melhor para as próximas gerações."

Julian Colombo, CEO da N5

"Sou argentino, morador do Brasil há 10 anos e pai de três filhos - sendo a caçula brasileira. Deixei para trás uma carreira de 25 anos no banco Santander para fundar a N5, empresa de software focada na transformação digital do setor financeiro.

Tomei essa decisão também por motivos pessoais, após um pedido do meu filho mais velho, que questionou por que eu não podia buscá-lo na escola todos os dias, como o pai de seu amigo. Na época, minha família já estava no Brasil e eu trabalhava na Espanha. Viajava todos os domingos e retornava às quintas-feiras para casa.

Passei 92 vezes por cima do Atlântico no ano de 2016 e, após o pedido do meu filho mais velho, decidi que sairia do Santander. Quero filhos criados no Brasil, depois a vida pode continuar."

Glauber Mota, CEO da Revolut

"Equilibrar as demandas profissionais com as responsabilidades da paternidade é um desafio constante, mas absolutamente essencial. Para mim, é crucial que os compromissos familiares e o tempo dedicado aos meus filhos estejam firmemente presentes na agenda, coordenadas com as demais responsabilidades, e não apenas como uma tarefa a ser cumprida quando sobra tempo.

Esse equilíbrio, na verdade, impulsiona minha produtividade. Ao priorizar o sono de qualidade, atividades físicas e momentos com a família, não só mantenho o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mas também aprimoro minha capacidade de tomar decisões e liderar com clareza."


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Jasmyne de Moraes Calixto
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