Para Sidney da Silva, 44 anos, pai da Ester, do Noa e da Iza, de 11, 6 e 2 anos, respectivamente, o churros não é apenas uma sobremesa deliciosa, mas foi também uma oportunidade de se reerguer e recomeçar. Há seis anos, comprou um veículo utilitário, uma Towner, e pretendia vender cachorro-quente. Contudo, pesquisando, encontrou no churros a possibilidade de mudar de vida.
Começou alinhando o empreendimento ao trabalho tradicional, mas logo conseguiu se dedicar 100% ao negócio. “Usei o dinheiro da rescisão para investir nessa nova empreitada e logo tive retorno. Se antes vendia de 20 a 30 churros por dia, hoje a média passou para 90 unidades”.
Pouco tempo depois, fez a proposta para sua esposa também sair do trabalho e ficar à frente do negócio da família. Foi quando compraram um segundo carro para vender os churros. Há pouco menos de um ano, Sidney tornou-se parceiro da Zippi, fintech que oferece capital de giro semanal via PIX para microempreendedores, para dar entrada em um trailer para expandir os negócios.
“Um aprendizado muito importante que tive em minha jornada é que o autônomo sempre se enxerga como uma pessoa que não tem como comprovar seus ganhos e seu trabalho e por isso não tem muitas opções de crédito. De fato, essa dificuldade é real, mas a partir do momento que eu tenho um CNPJ, emito nota fiscal e tenho um contador que organiza a parte financeira dos negócios, sou formal sim! Essa mudança de percepção e posicionamento aconteceu para mim há uns dois anos, e essa força, essa mudança de postura, também refletiu em uma paternidade mais sólida”, pontua.
Altos e baixos
Sidney enfrentou muitos desafios em sua jornada empreendedora. No entanto, foi sua dedicação à família e o desejo de ser um bom pai que o motivaram a continuar tentando. "Meus filhos são minha maior motivação. Quero ser para eles um exemplo de persistência. Foi difícil equilibrar o trabalho e a paternidade, mas sempre fiz questão de estar presente na vida deles, participando de suas atividades escolares e momentos importantes.”
Quando sua primeira filha nasceu, estava no auge do seu problema com álcool e drogas. Mudou-se para Minas Gerais para tentar virar o jogo, mas teve muitas recaídas e, em um dado momento, sua esposa decidiu voltar para São Paulo, pois não aguentava mais a situação. Foi quando sentiu que seu chão sumiu e a bebida, que sempre o consolava, já não era suficiente. Foi então que conseguiu reunir forças para buscar ajuda e tratar do seu problema. Ficou bem, reatou o relacionamento com a esposa e voltou a conviver com a filha.
"A paternidade foi o combustível para que eu buscasse uma mudança verdadeira. Esse tempo afastado da minha filha me fez perceber que a bebida não podia ser mais importante que ela e batalhei muito para recuperar nossa relação. Eu precisava começar por mim, pois só uma árvore boa, fortalecida, dá bons frutos."
Quando os filhos mais novos vieram, Sidney conseguiu exercer a paternidade desde o nascimento, mas a rotina de empregado celetista não permitia que tivesse muitos momentos de qualidade com as crianças. "Hoje em dia, em todas as situações em que eu ou minha esposa precisamos ou queremos estar presentes, nós estamos. Numa consulta médica, uma reunião de pais, uma apresentação na escola… conseguimos participar muito mais."
Das lições do empreendedorismo, Sidney conta que espera passar para os filhos, a capacidade de ser criativo, fazer o que ninguém está fazendo e criar oportunidades, além disso, compartilha dicas para equilibrar a paternidade com os negócios:
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