31/05/2024 às 11h13min - Atualizada em 31/05/2024 às 11h13min
Por qual razão nós não?
BH tem potencial para ser uma das melhores cidades do mundo
Gabriel Azevedo - O TEMPO
Trabalho, cultura e gastronomia Foto: Intervenção sobre imagem iStock Gosto de acompanhar o que há de melhor no mundo. Recentemente, foi divulgado o estudo “Global Cities Index 2024”, da Oxford Economics. Nossa cidade, com todo o seu potencial, não está entre as mil cidades analisadas. Nenhuma cidade brasileira está entre as 200 melhores. São Paulo ficou na 294ª posição. Belo Horizonte, nossa querida capital mineira, sempre foi reconhecida por sua beleza, hospitalidade e potencial. No entanto, ainda estamos longe de alcançar o reconhecimento mundial que merecemos. E precisamos.
O índice da Oxford Economics avalia as cidades em cinco categorias principais: economia, capital humano, qualidade de vida, meio ambiente e governança. Ao analisar esses critérios, é possível perceber no que Belo Horizonte precisa focar seus esforços para se destacar globalmente.
No que diz respeito à economia, o índice avalia aspectos como o tamanho do PIB, crescimento econômico, PIB per capita, crescimento do emprego, estabilidade econômica e diversidade econômica. Para que Belo Horizonte se destaque nessa categoria, devemos investir em tecnologia e inovação, incentivar o empreendedorismo, atrair investimentos e criar um ambiente favorável para negócios. Fico indignado quando vejo que a gastronomia de Lima, no Peru, atrai mais turistas do que a nossa.
Eles são melhores cozinheiros do que os mineiros? Ele são mais acolhedores ou simpáticos? Não estou dizendo que eles não são bons. Estou dizendo que não somos piores. Apenas tiveram uma liderança pública que escolheu investir com competência no turismo, sem mediocridade, e está colhendo os frutos.
A categoria capital humano considera educação, crescimento populacional, perfil etário. Precisamos manter o foco em uma formação de qualidade, que prepare nossos jovens para os desafios do futuro, e não olhar para o passado. Fui autor de alguns projetos que colocam educação financeira e noções de direito no contraturno escolar, o que já está valendo, mas que precisa muito ser ampliado. Tive que contribuir com minhas emendas de vereador para viabilizar o projeto, porque não é uma prioridade da prefeitura. Hoje, Belo Horizonte tem potencial para ser um polo de excelência acadêmica, atraindo estudantes e pesquisadores do mundo inteiro, mas sofre com a fuga de cérebros. Precisamos reter nossos talentos locais, em vez de ver mineiros talentosos indo embora.
A qualidade de vida é medida pela expectativa de vida, renda per capita, habitação, acesso à cultura e ao lazer. É a cara da vida na cidade, e já falei por aqui inúmeras vezes de propostas para reformar o ambiente urbano nesse sentido. Também é avaliada a categoria meio ambiente. Belo Horizonte precisa investir em projetos de sustentabilidade urbana, e já trabalho nisso com projetos como o do crédito verde, de minha iniciativa, que dá descontos em dívidas com o município para quem investir em sustentabilidade. É o que consigo fazer como vereador. Para avançar mais, precisamos de uma prefeitura diferente dessa, que ficou famosa por cortar árvores e não plantar outras no lugar, como já registrei diversas vezes.
Por fim, a governança é avaliada por meio de instituições. Uma gestão transparente é fundamental para o sucesso de qualquer cidade. Sou muito orgulhoso de, na Câmara Municipal, ter contribuído para reduzir a quantidade de projetos em tramitação, aumentando a eficiência da Casa e facilitando a participação popular. Poderíamos ter feito muito mais não fosse a tentativa de alguns de calar o Parlamento, mas o resultado já é notável.
Belo Horizonte tem o potencial para ser reconhecida como uma das melhores cidades do mundo. Com um plano estratégico claro, podemos transformar nossa cidade em um modelo de inovação, sustentabilidade e qualidade de vida. É hora de agirmos juntos para transformar Belo Horizonte na cidade que sabemos que ela pode ser. Para atingir esses objetivos, é necessário um prefeito que conheça a cidade, que seja transparente e que demonstre empatia e comprometimento. Chega de mediocridade.
O belo-horizontino ama a própria cidade e tem que se comparar com o topo da lista em vez de se contentar com pouco. Uma das boas metas para o próximo prefeito é listar os índices globais em que precisamos figurar, correr atrás e liderar a população no sentido de fazer parte desses rankings e obter uma posição cada vez melhor. Não dá para esperar isso de quem se contenta com pouco e de quem se compara com o básico.