28/05/2024 às 11h16min - Atualizada em 28/05/2024 às 11h16min
Lula quer candidatura única do PT em BH e base unida na Assembleia
Presidente estuda vir pessoalmente em Minas. A intenção é lançar Rogério Correia e amenizar problemas com a base da ALMG
Ana Mendonça - ESTADO DE MINAS
Lula avaliava apoiar Fuad, mas decidiu por Rogerio Correia como candidato do partido em BH crédito: Sergio Dutti O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda vir a Minas Gerais para resolver questões políticas internas do Partido dos Trabalhadores (PT). Preocupado com as eleições municipais em Belo Horizonte e com a divisão da base na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o chefe do Executivo nacional vê a necessidade de visitar o estado para buscar unificação.
A decisão foi tomada durante uma reunião com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e com a tesoureira nacional da legenda, Gleide Andrade, responsável pelas candidaturas no estado.
O primeiro ponto de Lula é a candidatura do deputado federal Rogério Correia (PT) em Belo Horizonte. Havia a possibilidade de o presidente apoiar o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), na disputa, mas, em 6 de maio, o PT bateu o martelo e homologou o nome do parlamentar para o pleito na capital mineira.
A vinda do presidente, segundo fontes internas do PT, seria para reiterar a importância de uma candidatura própria em BH. A intenção é entrar em campo para conseguir agilizar uma unidade no campo da esquerda.
Na semana passada, Rogério Correia chegou a participar de uma reunião com a também pré-candidata Duda Salabert (PDT). Além do deputado, estavam presentes Gleisi Hoffmann e o presidente do PDT, Carlos Lupi. O encontro sinalizou a primeira tentativa para que o campo de esquerda esteja unido na disputa das eleições, considerando que o bolsonarismo tem um único candidato: o deputado estadual Bruno Engler.
Também na semana passada, a Federação PSOL/Rede anunciou que a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) será sua pré-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte.
A decisão foi tomada pelos membros do diretório municipal e excluiu a também deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede) da disputa. Porém, nos bastidores, a conversa é diferente. Caso Duda aceite deixar Rogério como cabeça de chapa, Bella poderia também deixar sua candidatura.
Base está enfraquecida
O segundo ponto de Lula é buscar uma conversa com a base da ALMG. Desde sua última visita ao estado, quando os deputados aliados foram impedidos de entrar no evento em que o presidente estava participando, a relação vem sendo desgastada. O problema só aumentou quando, em reunião realizada em Brasília, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou um acordo entre os governos federal e estadual para transformar o Hospital Regional em Universitário, em parceria com a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
Após o anúncio, os dirigentes estaduais da federação Brasil da Esperança, grupo de partidos aliados ao governo Lula, e também a regional do Partido dos Trabalhadores (PT), emitiram notas de repúdio ao modo como as tratativas ocorreram.
No texto, foi ressaltada a falta de presença de parlamentares mineiros durante o anúncio. Ao lado de Camilo, estavam o governador Romeu Zema (Novo) e o prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (Novo), ambos críticos notórios da gestão Lula e rivais da base progressista na ALMG.
Os parlamentares também destacaram a ausência de lideranças partidárias que se movimentam por essa pauta com o governo Federal. A federação ainda ressaltou que “causa estranheza que o anúncio da parceria – necessário! – seja feito ao lado de opositores ao presidente Lula, e não de aliados.” Além disso, outro ponto destacado pelo grupo foram os “enfrentamentos diretos ao prefeito, irmão do senador Cleitinho, nos últimos anos”. Para eles, a ausência de parlamentares demonstra desrespeito e falta de compromisso com a federação em Minas Gerais.
Por isso, na visita, Lula deve conversar com os deputados mineiros para garantir que erros como estes não sejam mais cometidos por parte do governo federal. Também ficou acordado que, assim que as obras terminarem em Divinópolis, o presidente fará uma segunda visita, ressaltando a articulação dos parlamentares envolvidos nas negociações com o governo petista.